Um passeio pela histórica Alcântara, no Maranhão, uma cidadezinha com aproximadamente 22.000 habitantes e localizada do outro lado da baia de São Marcos. Alcântara é facilmente acessada por barco em pouco mais de uma hora de viagem cerca de 30Km. Já por terra, o trajeto é longo, mais de 400Km. Alcântara é um município famoso pelo Centro de Lançamento de Alcântara, onde são lançados satélites da Missão Espacial Brasileira. Alcântara já foi uma das cidades maranhenses mais ricas entre os séculos XVIII e XIX.
A partir do porto, sobe-se a Ladeira do Jacaré até o coração da cidade, onde fica um largo com as ruínas da antiga Igreja Matriz de São Matias, a cadeia e o Pelourinho. A igreja é impressionante, digna das ruínas jesuíticas da América do Sul.
■ PONTOS TURÍSTICOS
# 1 Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
A irmandade de N. Sra. dos Pretos obteve licença do governador para erguer sua própria igreja em 1781. Construída por negros, ficou pronta em 1803. Localizado no bairro Caravela, o templo é modesto, com frontão triangular curvilíneo que é aparentemente desproporcional ao corpo da igreja. A parte interna foi restaurada nos anos 80 pela Fundação Cultural do Maranhão.
# 2 Ruínas da Igreja Matriz de São Matias
Localizada na Praça da Matriz , sabe-se apenas que em 1869 foi nomeada uma comissão a mando do presidente da província, para concluir a obra que nunca foi terminada. Resta a fachada principal, vestígios do campanário e das paredes laterais em alvenaria de pedra e cal. Ao seu lado está o Pelourinho, Antigo lugar de chicoteamento dos escravos.
# 3 Igreja e Convento do Carmo
O convento e a igreja foram fundados em 1646 e 1665, respectivamente, pelos irmãos da ordem dos Carmelitas Calçados. Em 1865, o conjunto foi restaurado por ordem provincial. A capela foi continuamente cuidada ao longo do tempo, fazendo parte das tradicionais manifestações da Festa do Divino Espírito Santo. O altar-mor é de madeira, todo revestido a ouro em folha e com pintura da época. Representa a arte barroca brasileira, mas um barroco evoluído por não usar o vocabulário rococó. O resultado é a limpeza de composição em substituição a sobrecarga ornamental das anteriores. Também encontramos duas preciosas portas, uma que dá acesso ao adrio, e outra que servia só ao convento com escudos talhados. Os púlpitos que decoram o seu interior, são de estilo Joanino e a pia da sacristia, em pedra de lioz, do século XVII, com tratamento erudito dos ornamentos, foi importada de Portugal. O convento ficou abandonado a partir de 1890, quando a Ordem Carmelitana foi despojada de todos os seus bens no Maranhão, com a morte de seu derradeiro monge. Nos tempos coloniais, foi transformado em quartel e fortaleza pela Força portuguesa. Hoje o convento se encontra em ruínas, restando apenas muros e escombros.
# 4 Rua do Jacaré
Essa rua que é ladeira e com acesso a praia, composta por pedras cabeça-de-negro e de cantaria. Essas pedras são chamadas de pedras de jacaré, a preta é irregular e rugosa e a de cantaria é irregular, polida pelo tempo, sendo encontrada em abundância. A pedra de cantaria é usada também nas soleiras das portas das casas da referida rua.
# 5 Cavalo de Troia
É o mais alto solar de Alcântara. Foi construído pelo seu primeiro proprietário, o português Chico Taipa, que elogiava sua casa fazendo constantes referências ao cavalo de madeira da Guerra de Troia.
# 6 Fonte das Pedras
Foi edificada pelos franceses, em 1613, para abastecer a população. O monumento tem grande valor histórico e artístico apesar de mutilado. Em pedra preta, apresenta frontão triangular, encimado por uma pedra cabeça-de-negro, tem formas arredondadas e murada na parte central. A bica original desapareceu e a água, atualmente, é retirada com o auxílio de vasilhas. Na parte posterior esquerda há uma cacimba de pedra.
# 7 Fonte do Miritiva
A fonte é anterior a 1747 e foi construída pelo donatário Antonio Coelho de Carvalho para abastecer a cidade, além de sua água possuir propriedades terapêuticas. É composta de três mananciais que, por canalização, convergem para a caixa d’água, jorrando em três poços.
# 8 Casa de Câmara e Cadeia
O Governador Gonçalo Pereira Lobato e Sousa doou para o Senado da Câmara da Vila de Santo Antônio, em 1759, uma légua de terra. Com donativos dos habitantes, foi construída a Casa de Câmara e Cadeia e, posteriormente, a penitenciária do Estado.
# 9 Forte de São Sebastião
Foi construído em 1763, pelo Governador Gonçalo Pereira Lobato e Sousa. Com a edificação do forte a região poderia ser elevada à cidadela, mas isso não aconteceu e, em 1797, estava em ruínas. Algumas de suas nove peças originais são vistas no local.
■ COMO CHEGAR
De Barco:
O acesso à cidade pode ser feito por barco ou catamarãs que partem diariamente da capital de São Luís até o porto de Cujupe, em Alcântara, bem como por barcos menores.