Roteiro turístico em Araucária recebeu mais de 10 mil pessoas

Um dos passeios mais alternativos do Paraná é o roteiro Caminhos do Guajuvira, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, onde os prédios dão espaço para a história e a vida no campo. O roteiro completo recebeu mais de 10 mil turistas desde a sua abertura, em 2004, e faz parte do planejamento turístico do Estado de explorar também os potenciais pouco conhecidos da Grande Curitiba.

O roteiro rural conta com sete destinos totalmente caseiros e interligados: Comercial Iguaçu, Chácara Baedeski, Chácara São Pedro, Rancho Scherreir, Pesque e Pague Boa Vista, Chácara Waenga e Rancho Louisiana. Em cada parada o turista é convidado a desfrutar do ambiente rural e pode experimentar queijos, salames, licores, frutas da época, compotas e geleias, mas também pode pescar e passear a pé ou a cavalo.

É possível fazer o roteiro completo aos sábados, de ônibus, que passa por todos os pontos, ou optar por um passeio com a família com o próprio carro, entrando em um ou outro lugar, a depender do horário de funcionamento dos locais.

O passeio completo dura em torno de cinco horas e sai do Centro de Informações Turísticas de Araucária aos sábados, às 13h30. Inicialmente o roteiro era mantido pela prefeitura, mas a manutenção e a divulgação passaram para as mãos da Associação dos Produtores Rurais Caminhos do Guajuvira em 2015.

O valor do passeio custa R$ 38 para pessoas acima de 12 anos e R$ 22 para crianças de 7 a 12 anos. Para menores de 7, o acesso é gratuito. Estão inclusos guia turístico e café colonial.

O turista deve fazer a reserva do ônibus com antecedência pelo telefone (41) 3901-5412 e chegar ao Centro de Informações Turísticas com pelo menos 30 minutos de antecedência. O pagamento ocorre apenas no dia do passeio. Neste ano, 750 pessoas já passaram pelo lugar.

VIDA NO CAMPO – Para os agricultores que compõem o roteiro, as atividades são importantes para complementar a renda. Célia Czanovski, presidente da Associação dos Agricultores do Guajuvira e proprietária da Chácara São Pedro, explica que as atividades da região ajudam a preservar a história das famílias e garantem continuidade dos pequenos negócios. O modelo do roteiro é inspirado no cooperativismo.

“A vida no campo é uma oportunidade de conhecimento para quem está acostumado com a vida urbana. Muitas crianças que vêm até aqui nunca viram um animal solto. O interior tem esse tipo de interação natural”, conta Czanovski. “Montamos um roteiro por locais que fazem parte da nossa comunidade e que contam uma parte da história do Paraná através dos produtos e passeios”.

Para o agricultor Eusébio Scherreir, dono do Rancho Scherreir, atender quem passa pela propriedade é como contar a história da própria família. “É um prazer receber pessoas na minha propriedade, pois meu avô e meu pai nasceram aqui. O que mais chama a atenção dos visitantes é a oficina e fábrica do meu pai. Ele fabrica máquinas para classificar batatas e limpar cebolas há mais de 30 anos e vende para todo o Brasil”, conta.

HISTÓRIA E ATRAÇÕES – A localidade de Guajuvira foi habitada até o início do século XX por índios e luso-brasileiros e na sequência por descendentes de imigrantes poloneses e ucranianos. Toda a área central do Guajuvira se formou às margens do rio Iguaçu e de uma linha férrea. Hoje esse espaço é o resultado da miscigenação característica ao povo brasileiro.

“A área central de Guajuvira, localizada às margens do rio Iguaçu, se formou ao redor dos trilhos do trem, onde foi construída uma estação, inaugurada em 1891, que fazia a ligação entre as linhas Mafra – Rio Negro – Curitiba – Ponta Grossa”, conta a historiadora da prefeitura de Araucária, Luciane Czelusniak.

“A Estação Guajuvira foi desativada no final da década de 1970, quando as linhas de trem deixaram de transportar passageiros, tornando-se exclusivamente para transporte de cargas”.

Além da linha férrea, marcam a região a igreja Senhor Bom Jesus, construída em madeira em 1922 e readequada para alvenaria em 1972, e outros estabelecimentos comerciais.

Guajuvira também teve a primeira fábrica de palhões do Paraná. Construída em 1902 pelo alemão Carl Gustav Koehler, a empresa Koehler-Asseburg usava a palha de trigo e centeio para produzir os invólucros que revestiam garrafas de vidro transportadas em todo o País.

Confira o funcionamento dos pontos turísticos

Rancho Scherreir
Contato: (41) 99979-6942
O que oferece: almoço, jantar e café colonial
Horário de funcionamento: somente com agendamento

Pesque e Pague Boa Vista
Contato: (41) 99774-5035 – (41) 99808-6557 – (41) 3552-6247
O que oferece: pescaria, aluguel de equipamentos para pesca, porções, bebidas, campo de futebol, sete tanques para pesca e churrasqueira
Horário de funcionamento: 6h30 às 18h

Chácara Waenga
Contato: (41) 99691-8756 – (41) 99116-8295
O que oferece: flores
Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 9h ao meio-dia e das 13h às 17h. Aos domingos, somente com agendamento

Rancho Louisiana
Contato: (41) 99870-7268 / (41) 99960-5919
O que oferece: treinamento de 3 tambores, 6 balizas, rédeas, ranch soting, dome, hospedagem para cavalos, pista de treino, redondel, cocheiras, piquetes e café rural.
Horário de funcionamento: terça a sábado com agendamento prévio

Comercial Iguaçu
Contato: (41) 3647-1144 – (41) 99534-9536 – (41) 98427-3528
O que oferece: há mais de 60 anos oferece pão caseiro, broa, mel, requeijão caseiro, ovos, queijos, linguiças e pastel frito na hora
Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 8h às 20h e domingos das 8h às 12h

Chácara Baedeski
Contato: (41) 99105-2867 – (41) 99231-1819
O que oferece: morangos, geleias, sucos e vinhos
Horário de funcionamento: no sábado, das 13h30 às 17h. Segunda a sexta com agendamento

Chácara São Pedro
Contato: (41) 99608-8822 – (41) 98514-8403 – (41) 3642-3742
O que oferece: café rural, passeio a cavalo e charrete
Horário de funcionamento: somente com agendamento prévio (grupos de no mínimo 25 pessoas).

Fonte: AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO PARANÁ