Foto: Divulgação/IPHAN

Cachoeira

Cachoeira é a maior expressão barroca do Recôncavo e fica a 121 km de Salvador. A cidade possui verdadeiros tesouros da época de prosperidade baseada na riqueza criada nos engenhos de cana-de-açúcar, com a exploração da mão de obra escrava.

Considerada uma joia do patrimônio histórico brasileiro, com lindos casarões e igrejas, Cachoeira fica localizada na margem esquerda do rio Paraguaçu, forma com a cidade de São Félix, na margem direita, um só conglomerado urbano. O tombamento do conjunto arquitetônico e paisagístico, pelo IPHAN, ocorreu em 1971, embora muitos bens tenham sido tombados, individualmente, na década de 1940. Além do acervo colonial, a Ponte D. Pedro II (estrutura de ferro), o mercado, a ferrovia e a hidrelétrica são importantes marcos culturais.

A área tombada possui, aproximadamente, 670 edificações. O conjunto arquitetônico é formado na sua maioria por edifícios do século XVIII e XIX, caracteriza-se pela tendência neoclássica que, no século XIX, influenciou a construção de novos prédios e reformou os antigos. Este patrimônio também inclui edificações do século XVII.

Estrategicamente localizada, a cidade enriqueceu e se tornou um importante centro de comércio, com suntuosos sobrados e a rica Ordem do Carmo. Os edifícios religiosos e civis de maior destaque foram construídos nos pontos mais elevados, em largos e praças. Um dos principais monumentos do patrimônio cachoeirense é formado pela igreja e ruínas do antigo Convento de Santo Antônio do Paraguaçu, localizado às margens da Enseada do Iguapé. A igreja, construída em pedra e cal, possui planta típica dos conventos franciscanos do Nordeste.

O período áureo coincide com o apogeu econômico, entre a segunda metade do século XVIII e a primeira metade do XIX, quando se estruturaram os serviços urbanos e, devido à escassez de áreas planas, a cidade avançou para terrenos de encosta e aterrou a margem do rio, com a construção do Cais da Manga e do Cais do Alambique.

■ PONTOS TURÍSTICOS

Foto: Divulgação/IPHAN

Capela de Nossa Senhora da Ajuda
A Capela, primeira ermida construída em Cachoeira ainda no século XVII, foi uma homenagem a Nossa Senhora do Rosário. Somente em 1637 é alçada à condição de matriz, em louvor a Nossa Senhora da Ajuda.

A Capela está localizada numa pequena colina, no meio da cidade, cujo acesso se faz por três ladeiras. Seu frontispício está voltado para o poente e dele se avista o Rio Paraguaçu. Envolto por uma forte áurea sagrada e mística, o local atrai grande número de romeiros imbuídos de fé no poder milagroso de Nossa Senhora.

Construção de relevante importância arquitetônica abriga as imagens de Nossa Senhora da Ajuda, São Francisco de Assis, São Benedito, Santa Luzia, São Caetano e São Pedro. Nesta Igreja encontra-se a Irmandade de Nossa Senhora da Ajuda. Na restauração, a capela que possuía nártex fechado, foi substituído por um alpendre aberto, com cobertura em três águas. Sua planta é simples, nave única com coro, capela-mor coberta por cúpula, justaposta por sacristia e sala da Irmandade. A fachada principal é do tipo empena com óculo central e duas janelas, precedidas por alpendre e ladeada por pequena torre piramidal com vãos sineiras.

Casa de Câmara e Cadeia Pública
Construída entre os anos de 1698 e 1712, a Casa de Câmara e Cadeia Pública situa-se no limite da parte plana de Cachoeira, posição estratégica para proteger o prédio das enchentes do Rio Paraguaçu. Por duas vezes, a construção foi sede do Governo Legal da Província. Foi nela ainda que Dom Pedro I foi aclamado Regente e Defensor do Brasil, em 1822. O sobrado possui elementos característicos do estilo barroco e mantém telas de importante valor histórico, como o “Retrato de D. Pedro II”, de José Couto e “O primeiro passo para a independência da Bahia”, de Antônio Parreiras. O prédio atualmente abriga a Câmara Municipal de Cachoeira e funciona como galeria e museu na parte interna inferior, onde antes se encontrava a cadeia.

Convento e Igreja Nossa Senhora do Carmo
O Conjunto do Carmo, formado pelo Convento e pela Igreja da Ordem Terceira do Carmo, possui notável valor histórico e monumental. Encontra-se na Praça da Aclamação, região tombada pelo IPHAN. A Construção é de 1715, em estilo barroco. O interior da igreja é revestido de ouro e painéis de azulejos portugueses, abrigando também imagens de madeira de Macau. O prédio do Convento já acolheu o Paço da Câmara, a Casa da Moeda, quartel, pensão e até hospital. Atualmente, o espaço, que sofreu grande reforma em 1981, é ocupado por uma pousada e centro de convenções.

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário
Construção do Século XVIII localizada entre a Rua Ana Nery e a Praça 13 de Maio, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário leva o nome da santa padroeira do município. A igreja Se destaca pela riqueza de seu interior, que possui imagens, telas, alfaias, sacrário de prata e revestimento de azulejos historiados. Do interior de suas torres piramidais, também revestidas de azulejo, é possível apreciar a vista de quase toda a cidade de Cachoeira e parte de São Félix. O local possui um dos maiores conjunto de azulejos portugueses existente no Brasil, juntamente com o convento de São Francisco no centro histórico de Salvador.

Imperial Ponte Dom Pedro II
Inaugurada em 7 de julho de 1885, a Imperial Ponte D. Pedro II foi construída sobre o Rio Paraguaçu, ligando as cidades de Cachoeira e São Felix, que situam-se nas suas margens. Sua estrutura é composta de ferro e lastros de madeira importados da Inglaterra e mede 365 m de comprimento e 9 m de largura. Significativa construção para a economia baiana no século XX e uma das principais obras de engenharia da América do Sul à época, a ponte é hoje também um dos cartões postais de Cachoeira.

Museu Regional da Cachoeira – Sede do IPHAN
Situado na Praça da Aclamação, o Museu Regional da Cachoeira e Sede do IPHAN encontra-se alojado em uma mansão colonial do século XVIII, dividida em dois pavimentos, como é também a característica das demais construções que o cercam. O sobrado foi uma das mais ricas e importantes residências baianas e pertenceu a diversas famílias de Cachoeira até ser doado ao IPHAN, em 1953. Após sofrer reforma e restauração, em 1966 a casa foi aberta ao público como museu. Seu acervo é composto por mobiliário colonial, uma parte trazida do Rio de Janeiro e outra parte doada pelos moradores de Cachoeira, além de registros fotográficos e edições da primeira metade do século XX dos principais jornais do estado da Bahia. Além de Museu, o edifício serve como sede regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que administra o Museu.

Festa da Boa Morte
A Festa da Boa Morte é uma das mais expressivas manifestações do sincretismo religioso do Recôncavo Baiano, que reúne elementos das religiões católica e de matriz africana. Com belas vestimentas, as mulheres que integram a Irmandade da Boa Morte percorrem as principais ruas, numa demonstração de fé e devoção. A festa acontece sempre durante a primeira quinzena de agosto.

A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte surgiu em Salvador no início do século XIX, na Barroquinha, e foi transferida para a cidade de Cachoeira. É composta por mulheres descendentes de escravos africanos, todas com mais de 50 anos. O ritual é um sinal de fé e humildade e faz parte do compromisso religioso da entidade fundada há mais de 200 anos.

■ COMO CHEGAR

De Carro:
Para quem sai da capital baiana em direção ao município de carro, a principal via de acesso é a BR-324. O motorista segue por 59 quilômetros até o entroncamento da BA-026. Percorre mais 11 km até Santo Amaro. A partir daí, deve seguir para Cachoeira pela mesma BA-026, por mais 38 Km.

De Ônibus:
Quem vai para a cidade de ônibus tem como opções as empresas de transporte Santana São Paulo e a Viação Jauá. As duas contam com linhas diárias para o município. Com intervalos de uma hora, ônibus partem em direção a São Felix, separada de Cachoeira pela Ponte Dom Pedro II.

■ MAPA DA REGIÃO