Serra da Capivara, no Piauí, acaba de ganhar Museu da Natureza. Conheça outros parques nacionais com atrativos que misturam história, arte, arqueologia e patrimônio natural
Reproduzindo estruturas orgânicas como caracóis, folhas e conchas em um grande projeto de arquitetura sustentável, o recém-inaugurado Museu da Natureza é o mais novo atrativo do Parque Nacional da Serra da Capivara, no município de Coronel José Dias (PI). Criando um atrativo a mais para o roteiro de quem visita o sul do Piauí, o museu reúne recursos tecnológicos e interativos, conteúdo histórico e fósseis que remetem o visitante ao surgimento do universo, à presença do homem na região e seus impactos no meio ambiente.
São 12 salas de exposição. Entre os achados nas escavações dos sítios pré-históricos da região, estão restos de animais marinhos, preguiças, tigres dente de sabre, ursos, dinossauros e também da vegetação local. Os animais gigantes desapareceram em função das mudanças climáticas que afetaram a terra e originaram o semiárido, nos últimos 10 mil anos. Representações virtuais e interativas ilustram e passam uma noção real de como era a megafauna nos primórdios da caatinga.
Na viagem pelos milhares de anos, painéis, retroprojetores, sons ambiente e até um simulador de realidade virtual transportam o turista para o ambiente do parque, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. O museu também oferece visão panorâmica dos paredões da Serra da Capivara e funciona de quarta a segunda, das 13h às 19h. A entrada custa R$ 30.
No município vizinho, de São Raimundo Nonato, o Museu do Homem Americano mostra os resultados mais recentes das pesquisas sobre o patrimônio cultural deixado pelos povos pré-históricos do sertão do Piauí, onde estão os registros mais antigos do homem na américa do sul. O museu abre de terça a domingo, das 9h às 17h. O ingresso inteiro custa R$ 20,00.
O Parque Nacional da Serra da Capivara é um verdadeiro museu a céu aberto. Os 173 sítios arqueológicos abertos à visitação dentro da área da unidade de conservação atraem mais de 20 mil turistas anualmente, interessados em uma verdadeira imersão nas origens da presença humana no semiárido. Ao todo, são 1.354 locais pré-históricos repletos de pinturas rupestres dentro do parque, a maior concentração do Brasil.
Os desenhos dos povos que viviam na região retratam com grande variedade de formas, cores e temas – entre vales e chapadas acessíveis por trilhas, rampas e escadarias – cenas de caça, pesca, rituais religiosos e de acasalamento, entre outros vestígios do cotidiano do homem pré-histórico. O sítio Boqueirão da Pedra Furada, por exemplo, tem iluminação noturna especial e recebe visitas pré-agendadas neste horário. O parque, no entanto, funciona diariamente das 6h às 18h. A entrada é gratuita, mas o visitante precisa contratar um condutor ambiental para ingressar na área de conservação.
Para o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, a política de concessão de serviços de apoio ao turista nos parques nacionais, liderada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estimula o incremento da oferta de produtos e atrativos turísticos nessas áreas e o crescimento da demanda por visitação. “Apesar de ser o país número um em Recursos Naturais do planeta, o Brasil ainda está muito aquém de concretizar todo o seu potencial no turismo de natureza. Para se ter uma ideia sobre onde podemos chegar, enquanto os parques nacionais americanos receberam 307 milhões de visitantes em unidades de conservação no último ano, nós recebemos apenas 10,7 milhões. Com essa rodada de concessão de serviços essenciais para os parques crescerem, sem dúvida um novo mercado irá se estruturar e daremos um grande salto de qualidade nessa área”, acredita.
OUTROS MUSEUS – Em Brumadinho (MG), a 60 km de Belo Horizonte, o Instituto Inhotim abriga um complexo de pavilhões e galerias com obras de arte contemporânea e esculturas expostas ao ar livre. É, de fato, um local para vivenciar uma relação espacial entre arte e natureza. O visitante percorre jardins, paisagens de florestas e ambientes rurais, entre lagos, trilhas, montanhas e vales repletos de obras produzidas por artistas de diferentes partes do mundo. São 140 hectares de área de visitação.
O paisagismo é singular, com uma rara beleza que explora todas as possibilidades estéticas do jardim botânico. O Jardim dos Sentidos, por exemplo, em forma de mandala, contém plantas medicinais, aromáticas e tóxicas, proporcionando ao turista experiências que estimulam vários sentidos da percepção humana. O Inhotim funciona de terça à sexta, das 9h30 às 16h30 e até 17h30 nos feriados e fins de semana. O museu fecha nas segundas-feiras e nos feriados de Natal e Ano Novo. A entrada custa R$ 44.
Em Belém (PA), o Museu Emílio Goeldi, fundado em 1866, reúne exposições com acervos de pesquisas dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, realizadas ao longo de 152 anos. Um dos destaques é o Parque Zoobotânico, com área de 5,4 hectares, no centro da capital paraense, criado em 1895 – o primeiro zoobotânico (parque com animais) do Brasil. Além de abrigar uma significativa mostra da fauna e flora amazônicas, o parque é o principal local das atividades educativas do museu, funcionando para aulas práticas e visitação turística. O Aquário Jacques Huber conta com espécies dos rios da Amazônia. O museu recebe, anualmente, cerca de 400 mil visitantes e funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Já as exposições do Pavilhão Domingo Soares Ferreira Penna (Rocinha) abrem de quarta a domingo, das 9h às 15h. A entrada custa R$ 3.
No Rio de Janeiro, o Museu do Parque Nacional do Itatiaia fica entre jardins gramados e arborizados e circundado pela densa vegetação da região. O espaço conta a história da fauna e da Mata Atlântica do primeiro parque nacional, criado em 1937. É um espaço pequeno, porém grandioso em informações sobre a diversidade animal e vegetal da unidade de conservação na Serra da Mantiqueira. Fundado em 1942, o museu reúne acervo catalogado desde 1913, com as primeiras coleções zoobotânicas. São mais de duas mil espécies de frutos, quatrocentos animais e mais de dois mil insetos e aracnídeos. O local também abriga uma biblioteca com exemplares de botânica, ciências biológicas e ambientais e zoologia. Já a “Calçada da Fauna” exibe patas de vários animais encontrados da unidade de conservação do Itatiaia.
O parque possui vários atrativos naturais, tanto na parte alta quanto na parte baixa, ambas interligadas por trilhas de longo curso. Na parte alta, acessada por Minas Gerais, encontram-se o ponto culminante, que é o Pico das Agulhas Negras, com 2.791 metros de altitude, além do Maciço das Prateleiras, do Vale do Aiuruóca e da bela Pedra do Altar. Já na parte baixa, com entrada pelo Rio de Janeiro, ficam o Lago Azul, a Cachoeira Poranga, a Piscina Natural do Maromba, a Cachoeira Itaporani, a Cachoeira Véu de Noiva e os Três Picos. O parque funciona diariamente das 8h às 17h, na parte alta e, até às 16h, na parte baixa. A entrada custa R$ 34 para estrangeiros, brasileiros e residentes pagam a metade (R$ 17), turistas do Mercosul entram por R$ 26 e moradores do entorno ingressam no parque por R$ 3. A diária nos abrigos custa R$ 32 e, nas áreas de camping, R$ 19 por pessoa.
Fonte: ASCOM / Min. do Turismo